[AF] Borrador: homeopatía

Edson Perini edson en farmacia.ufmg.br
Jue Dic 5 21:30:40 CET 2013


 Estimados
Primero perdóname, pero me veo obligado a volver al portugues. El castellano me encanta, pero hace más de diez años sin hablar y escribir, y yo temo no expresarme correctamente y también hacerle daño a su hermosa lengua.

Bom, dito isso, vamos às questões. Chamam minha atenção sobre o fato de ser este um fórum profissional, de base científica. Pois foi isso mesmo que me animou a escrever, ou ter a ousadia de fazê-lo como me parece ser o tom de mensagem, coisa que raramente faço nesses espaços. Creio que todos deveriam ter a atenção de seus colegas que insistentemente tratam a homeopatia com escárnio (menosprecio, mofa). Não me parece ser esta uma posturaprofissional científica, e sim algo sectário. Tento ensinar a meus alunos que um profissional que tem a base científica por formação deve tentar conhecer e se possível entender as propostas filosóficas e teóricas que não concorda para contrapô-las. E isso não inclui o escárnio. Darwin foi vítima de escárnio da comunidade científica e nos legou a maior teoria científica que temos hoje. E não significa que seja a verdade absoluta, pelo que hoje alguns autores parecem caminhar a dizer-nos que a seleção natural não opera sozinha. Einstein disse que se suas ideias não fossem questionadas no futuro algo andaria errado com a ciência. E, bem, alguns outros foram simplesmente jogados à fogueira. Quem aqui escreve ensina a novas gerações profissionais, e a responsabilidade deve ser assumida como tal. 

Então, penso: qual o risco de quem hoje trata com zombarias (chistes) a homeopatia  amanhã perder seu sono? Como cientistas, os participantes deste fórum devem saber mais do que eu, como foi expresso em mensagens, que a física, mãe de todas as ciências modernas, pode num futuro nos brindar com situações que nos levem a ter o átomo uma referência pouco significativa para o entendimento da matéria, e se isso representar a possibilidade de demonstrar que naquela água homeopática que nos faz hoje rir e fazer chistes tem mais que água, quem riu hoje estará fadado ter que se retratar. Digo isso sem ser homeopata, e saber que não há comprovação nenhuma de sua eficácia – isso para todos é fácil. A questão é: temos o direito ao chiste? 

 Caros Senhores.  O  produto homeopático não pode serconsiderado como medicamento tomando por base o conceito legal de hoje. Eu concordo com isso. Apenas tenho consciência formada sobre o fato histórico e cultural de que a definição é forjada sob a égide da filosofia alopática, filosofia sobre a qual o Ensaio Clínico é desenhado para demonstrar eficácia. Querer que ele demonstre a eficácia de produto homeopático é como pedir que alguém examine as estrela com o microscópio e as bactérias com o telescópio. São instrumentos inapropriados para tanto. Qual a alternativa metodológica? Se eu soubesse não estaria aqui escrevendo isso. Mas isso não me impede de ver a incoerência científica que paira sobre a discussão. Estamos exigindo a comprovação com método inadequado à filosofia. Se ela for ineficaz mesmo, permanecerá assim sem que nunca metodologia alguma consiga abordá-la e nenhuma teoria física possa demonstrar qualquer atributo material ou energético ao produto. Mas isso é problema para os homeopatas e físicos. Quanto ao poder de influência política, parece piada o desconhecimento do poder da indústria farmacêutica alopática no mundo moderno, não acham? O mundo democrático é feito dessa influência. Ou então optaremos pelo totalitarismo.

Não vou me alongar mais, pois nessa época de internet ninguém quer ler muito. Mas a respeito do último parágrafo, todos nesse fórum têm capacidade para entender que nossas farmácias e nossos médicos são, em algumas situações, a pior coisa a ser buscada, nada muito diferente decurandeiros que tem como deuses a tecnologia e os medicamentos dentro dela. E sobre o endeusamento do método apenas quem já se esqueceu do Rofecoxibe pode fazê-lo.

Por fim, peço desculpas se tive a ousadia de expressar posição contrária ao grupo. Se isso incomoda a ciência que aqui circula, para mim não é demais parar por aqui.

Atenciosamente 


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Edson Perini
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