RES: [AF] De nuevo homeopatía

Wellington Barros da Silva wbarros en ucb.br
Jue Mayo 1 08:56:13 CEST 2008


Prezados colegas da lista,
 
Se me permitis uma opinião desde Brasil para esta discussão, não pude deixar de registrar e compartilhar com vocês alguns pontos para reflexão
1. É verdade de que homeopatia não apresenta no momento histórico que vivemos um status científico; ou seja, aquilo que do ponto de vista histórico, epistemológico e sociológico as sociedades ocidentais configuraram como ciência moderna diverge em termos da sua racionalidade com a racionalidade da homeopatia. Digo isto porque de fato, quando pensamos nas práticas e no discurso biomédico não há apenas uma racionalidade. A aqueles que preferirem Kuhn, não há apenas um paradigma de ciência, como não há apenas um paradigma de prática sanitária;
2. Não sou homeopata, também não concordo com aqueles que apresentam argumentações relativistas para valorar ciência e não-ciência ou pseudo-ciência. No entanto também é um fato que a história da ciência e a epistemologia se ocuparam de tentar justificar, ora diferenciar, ora caracterizar o que é ciência e o que não é...esta discussão inclusive ainda é muito atual...Haja visto que nunca houve uma possibilidade tão grande do "discurso e da ideologia científica" (que não é a mesma coisa que ciência) conduzirem a humanidade exatamente no sentido oposto ao propósito da ciência. A ciência se parece cada vez mais com um dogma do que com uma construção social e intelectual dos seres humanos para questionar e tentar comprrender a natureza...
3. Como não se pretende aqui uma exaustiva discussão sobre a justificação científica, basta talvez apenas perguntarmo-nos, a luz da nossa missão profissional: O que nos cabe como farmacêuticos fazer para prover o cuidado assistencial aos pacientes que desejam fazer seus tratamento utilizando medicamentos homeopáticos ? Posso não saber explicar com base na racionalidade científica o paradigma da homeopatia, seus mecanismos...Porém o que dizer do "fato homeopático" que permanece quase que inabalável...?! Há pacientes que adoecem e se tratam com homeopatia...E esta é uma prática complentar há muito reconhecida como um direito dos pacientes pela OMS...
4. Sem abandonar o rigor científico (se é que ele realmente existe tão puro quanto pensamos...) vale a pena recordar uma frase muito interessante para os adeptos da Atenção Farmacêutica: "medicamentos não tem doses, pacientes têm doses"...o que de outra forma também quer dizer que "não existem doenças, mas sim doentes" (como diria Canguilhem)...
5. Sempre fui um crítico ferrenho da homeopatia, até amadurecer uma postura científica de que não há racionalidade em refutar aquilo que não consigo compreender... a postura científica nos obriga a tentar comprrender mais !
6. No entanto a postura como farmacêutico me fala que o paradigma homeopático considera o paciente como um todo, não reduz a doença a um punhado de mecanismos fisiopatológicos, não antagoniza doença de saúde, considera bastante como o paciente percebe seu problema de saúde, percebe que adoecer faz parte de ser saudável...Se meus pacientes desejam saber mais sobre esta prática assistencial, acho que minha função como farmacêutico consiste em garantir produtos homeopáticos com qualidade, assim como prover toda a informação necessária, todo o cuidado para que meus pacientes façam bom uso desses produtos e alcancem bons resultados de saúde...
De resto, provavelmente a homeopatia permanecerá uma prática polêmica posto que, contra-hegemônica, corresponde a um paradigma incomensurável e portanto, que não se pode avaliar, nem comparar com outro paradigma.
Um grande abraço a todos
 
Prof. Wellington Barros da Silva (Farm.M.C.Farm.)
Assessor da Pró-Reitoria de Graduação - PRG
Unidade de Apoio Didático-Educacional - UADE
Universidade Católica de Brasilia - UCB/UBEC
Tel: (61) 3356-9183
 






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